sábado, 16 de setembro de 2017

Primeira luz para Infraestrutura de Óptica Adaptativa de vanguarda


O Telescópio Principal 4 (Yepun) do Very Large Telescope do ESO (VLT) acaba de ser transformado num telescópio completamente adaptativo.

Após mais de uma década de planeamento, construção e testes, a nova Infraestrutura de Óptica Adaptativa (AOF) viu a sua primeira luz com o instrumento MUSE, tendo capturado imagens extraordinariamente nítidas de nebulosas planetárias e galáxias.

A junção da infraestrutura com o MUSE constitui um dos sistemas tecnológicos mais avançados e poderosos construídos até à data para a astronomia terrestre.

O buraco negro supermassivo situado no centro da Galáxia



Uma nova análise de dados obtidos com o Very Large Telescope do ESO e outros telescópios sugere que as órbitas das estrelas em torno do buraco negro super massivo situado no centro da Via Láctea mostram os efeitos subtis previstos pela teoria da relatividade geral de Einstein.

A órbita da estrela S2 parece desviar-se ligeiramente do percurso calculado pela física clássica.

Este resultado é um prelúdio a medições muito mais precisas e testes de relatividade que serão executados pelo instrumento GRAVITY quando a estrela S2 passar muito perto do buraco negro em 2018.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Descubra o enxame




Esta imagem, obtida com o instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, mostra o céu estrelado em torno do enxame de galáxias PLCKESZ G296.6-31.3. O enxame propriamente dito é inicialmente difícil de localizar, aparecendo como um conjunto subtil de galáxias amareladas próximo do centro da imagem.


O PLCKESZ G296.6-31.3 é composto por cerca de 1000 galáxias, enormes quantidades de gás quente e matéria escura. É por isso que o enxame tem uma massa total de cerca de 530 000 000 000 000 vezes a massa do Sol!


Quando observamos o PLCKESZ G296.6-31.3 a partir da Terra, vemo-lo através da periferia da Grande Nuvem de Magalhães — uma das galáxias satélite da Via Láctea. A Grande Nuvem de Magalhães alberga mais de 700 enxames estelares, para além de centenas a milhares de estrelas gigantes e supergigantes. É por isso que a maioria dos objetos cósmicos capturados nesta imagem são estrelas e enxames estelares que se encontram no interior da Grande Nuvem de Magalhães.


O telescópio MPG/ESO de 2,2 metros encontra-se em operação no Observatório de La Silla do ESO desde 1984. Este telescópio tem sido utilizado numa variedade de estudos científicos de vanguarda, incluindo investigação pioneira na área das explosões de raios gama, as explosões mais potentes do Universo. O instrumento Wide Field Imager (WFI) de 67 milhões de pixels — montado no foco Cassegrain do telescópio — tem vindo a obter imagens detalhadas de objetos ténues e distantes desde 1999.


Os dados utilizados para compôr esta imagem foram seleccionados a partir do arquivo do ESO, no âmbito do concurso Tesouros Escondidos.

Matéria: ASTROPT

Uma história de três cidades estelares




A partir de novas observações obtidas com o Telescópio de Rastreio do VLT do ESO, os astrónomos descobriram três populações distintas de estrelas bebés no Enxame da Nebulosa de Orion.

Esta descoberta inesperada ajuda a compreender melhor como é que se formam este tipo de enxames, sugerindo que a formação estelar pode acontecer em surtos, onde cada um ocorre numa escala de tempo muito mais rápida do que se pensava anteriormente.

Brasil ganha associação para pesquisar vida fora da Terra




O Brasil acaba de ganhar mais um nome para sua lista de associações científicas — a Sociedade Brasileira de Astrobiologia (SBA). O anúncio foi feito nesta quarta-feira, em cerimônia realizada durante a XLI Reunião da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB). A astrobiologia, área relativamente recente da ciência que estuda a origem e evolução da vida dentro e, principalmente, fora da Terra, é um tema crescente no universo de pesquisas sobre espaço e cosmos. Segundo o presidente da nova associação, Eduardo Janot Pacheco, do Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo (USP), nesse cenário, a SBA tem como objetivo reunir pesquisadores da área para facilitar o desenvolvimento de projetos conjuntos, viabilizar a troca de experiências e ajudar a conseguir bolsas e recursos para financiar pesquisas.

“Já temos pelo menos 100 pessoas ou mais trabalhando com astrobiologia no Brasil”, disse Janot a VEJA, adicionando que a fundação da SBA veio da necessidade de organizar e difundir o conhecimento que estava sendo produzido. “Além disso, todos os países desenvolvidos têm uma sociedade para pesquisa em astrobiologia. Nós estamos tirando esse atraso.” Entre os objetivos da associação, o presidente destaca que pretende criar um programa de pós-graduação em astrobiologia — que ainda não existe, apesar do crescente número de estudos na área –, mapear e catalogar iniciativas de ensino do tema em todo país e ajudar associados a conseguir o financiamento necessário para suas pesquisas.

A astronomia segue viva no Brasil



Não é de hoje que o investimento em ciência e tecnologia no Brasil não anda bem. De 2014 para cá, o setor vem sofrendo cortes sucessivos em seu orçamento, após um breve período de crescimento. E desde que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação se juntou ao das comunicações, logo no início do governo de Michel Temer (PMDB), sem aumento no orçamento, a briga para conseguir financiar pesquisas e outros projetos no país tem sido cada vez mais dura. Em um cenário tão pessimista para a ciência brasileira, a XLI Reunião da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), que promoveu uma série de encontros na última semana para apresentar o que há de novo na pesquisa em astronomia no Brasil e no mundo, trouxe uma ponta de esperança. Entre os destaques do que foi discutido, encontram-se não só estudos de ponta realizados por equipes nacionais, mas também parcerias com países que são referência mundial em inovação e até a fundação de uma associação de pesquisadores para estudo de vida fora da Terra.