quinta-feira, 29 de junho de 2017

Campo magnético de Urano muda todos os dias, mostra pesquisa



Cientistas do Instituto Georgia de Tecnologia, nos Estados Unidos, encontraram novas evidências de como o (estranho) campo magnético de Urano funciona. Segundo estudo publicado no periódico Journal of Geophysical Research: Space Physics, o planeta possui uma esfera protetora que se fecha e abre aproximadamente a cada 17 horas.

Diferente dos outros planetas do Sistema Solar, Urano rotaciona em uma inclinação de 98 graus em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol. Seu campo magnético também se encontra inclinado cerca de 59 graus em relação ao seu eixo de rotação, além de não ser localizado exatamente no centro do planeta.

Com ajuda de um modelo computacional que simula as ações dos ventos solares, as pesquisadoras entenderam que o campo serve como proteção para Urano. Quando os dois movem-se na mesma direção, os ventos passam pelo planeta suavemente. Mas quando as partículas que sopram do Sol atingem determinado ângulo, o campo magnético uraniano se realinha, deixando apenas uma pequena quantidade delas passar por ele.

O processo é chamado de reconexão magnética e occore aqui na Terra também, embora de forma menos frequente. As pesquisadoras acreditam que o movimento da barreira em Urano ocorre a cada 17 horas terrestres, resultando em auroras boreais constantes.

As especialistas ressaltam, porém, que só terão uma ideia precisa do que acontece no planeta quando uma sonda for enviada a ele. As únicas informações concretas existentes são resultado da passagem do Voyager 2 por Urano, em 1986, e mesmo assim, são muito poucas. A NASA pretende enviar uma nova máquina para lá em 2034, mas nada foi oficialmente planejado ainda.

Descobrir mais sobre Urano e o funcionamento de seu campo magnético pode ajudar a compreender melhor os exoplanetas, já que a maioria também é uma grande bola de gelo como ele e seu vizinho Netuno. Entender como os ventos solares afetam sua superfície nos dirá mais da superfície dos mundos além do Sistema Solar.

Fonte: Galileu

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