De acordo com um comunicado da NASA, a missão capitaneada pelasonda Kepler, responsável pela descoberta de milhares de planetas fora do nosso Sistema Solar, será descontinuada em alguns meses por falta de combustível.
A sonda será incapaz de utilizar seus propulsores para continuar a viagem ou apontar sua antena para a Terra, enviando para a agência espacial norte-americana os dados que coleta no espaço. Atualmente, a sonda espacial está a 151 milhões de quilômetros do nosso planeta, o que impossibilita o seu reabastecimento.
A sonda não tem um medidor de combustível a bordo, mas a equipe da missão consegue reconhecer que ele está acabando por conta do monitoramento da pressão do tanque e do desempenho dos propulsores.
Agora, astrônomos e engenheiros correm contra o tempo para extrair o máximo de dados da sonda. “Estamos preparados para continuar [a missão] até quando o combustível permitir”, afirma o engenheiro de sistema da missão, Charlie Sobeck. “A equipe do Kepler está planejando coletar o máximo de dados científicos possível no tempo que resta e transmiti-los de volta para a Terra.”
Os cientistas aproveitarão a sonda o quanto puderem, até que todo o combustível acabe. Quando isso acontecer, a nave ficará flutuando onde está.
Conquistas da sonda Kepler
A sonda Kepler foi lançada em 2009 e desde então tem surpreendido os cientistas, indo muito além das suas expectativas. Teria sido projetada para trabalhar em dez campanhas de observação espacial, mas atualmente está em sua 17ª. Desde 2014, está em sua segunda missão, a K2, que foi programada após uma falha em uma das rodas de reação, ocorrida no ano anterior.
Com seu fotômetro a bordo, a sonda coleta dados sobre a intensidade de fontes luminosas no espaço. Assim, a Kepler detecta a presença de estrelas e planetas distantes durante suas campanhas de observação. Os cientistas conseguem confirmar a existência desses astros quando eles são detectados três vezes pela sonda.
Antes do lançamento da sonda, apenas uma centena dos planetas fora do sistema solar eram conhecidos. Por conta do seu trabalho, mais de 2,5 mil novos astros foram identificados e mais 2,8 mil aguardam a verificação.
Entre essas novas descobertas, muitas são planetas gasosos que orbitam próximos as suas estrelas, planetas com massa semelhante à de Júpiter, formando uma classe de planetas chamada de Júpiter quente; e até astros que tamanho parecido com o da Terra em zonas habitáveis.
No dia 16 de abril, a NASA lançará um novo telescópio, o TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), que poderá suprimir a falta que o Kepler fará à ciência.
Texto: GALILEU
Fonte: IFLScience
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